domingo, 15 de maio de 2011

Exemplo de operação envolvendo ação e derivativo.

Poucos investidores sabem que existem operações em bolsa de valores com prazos, taxas e proteções com intervalos de perdas e ganhos definidos previamente.

Claro que estamos falando de Renda variável e assim nada é 100% garantido, mas o investidor pode fazer várias contas e ponderar sua decisão de uma forma digamos bem racional.

Colocarei um exemplo de operação real com os preços de fechamento de sexta feira 13/05/2011, deixarei os custos operacionais (corretagens, emolumentos e impostos) fora nesse exemplo para facilitar o entendimento do leitor e não tornar o texto cansativo.

A ação Petr4 (Petrobrás) fechou a R$ 23,54
A opção PetrF24 (Derivativo) fechou a R$ 0,90
O Strike (Preço de exercício da opção) da PetrF24 é R$ 23,58.

O valor inicialmente dessa PetrF24 era R$ 24,00, mas depois de sua criação como a empresa Petrobrás pagou proventos (dividendos e ou JSCP) da ordem de R$ 0,42 foi descontado dos R$ 24,00 ficando agora o Strike no valor de R$ 23,58.

A série F das opções tem vencimento no dia 20/06/2011, ou seja, após 38 dias corridos do dia que estamos analisando os preços dos ativos e derivativos que é 13/05/2011.

Quando o investidor vende a opção PetrF24 ele está assinando um contrato que se a cotação de suas ações Petr4 (Petrobrás) superar o valor do Strike R$ 23,58 ele será obrigado a entregar suas ações ao valor do Strike, deixando de lucrar o que está acima disso.

Vamos ao exemplo agora:

A operação consiste em comprar a ação Petr4 a R$ 23,54 e vender a opção PetrF24 a R$ 0,90.

Na realidade o investidor desembolsará apenas R$ 22,64 (23,54 menos 0,90) e estará com suas ações compromissadas até o dia 20/06/2011.

Vamos imaginar que a ação da Petr4 no dia do vencimento da série F (20/06/2011) esteja valendo no mercado R$ 24,50 o nosso investidor será exercido no contrato e terá que entregá-la pelo valor do Strike da F24 que é R$ 23,58.

Nesse caso vamos calcular o lucro:

Pagou R$ 22,64 e venderá por R$ 23,58 lucrando 4,15% no período de 38 dias corridos (13/05/2011 a 20/06/2011) transformando essa taxa para o equivalente ao mês seria 3,26% o que corresponde a aproximadamente 4 meses de uma aplicação em renda fixa.

Sim, mas e se a cotação da Petr4 for para baixo o que acontecerá com nosso exemplo?

Vamos imaginar que a ação Petr4 no dia do vencimento esteja valendo apenas 23,00 ou 22,00 o nosso investidor não será exercido no contrato, continuará comprado a R$ 22,64 (23,54 menos os 0,90) ficará coma as ações na custódia para uma nova operação na série seguinte.

Risco a ser analisado:

Se o papel for pra cima e superar os R$ 23,58 o investidor já sabe quando vai ganhar, mas e se o papel for bem pra baixo?

Ele estará confortável em ficar comprado a R$ 22,64 vendo o papel a R$ 21,00 no mercado?

Essas perguntas só cabem ao investidor que está analisando a operação e devem ser todas respondidas antes da montagem da operação.

Algumas considerações sobre a Petrobrás (Petr4):

Em 13/05/2011 o VPA (Valor patrimonial da ação) estava no balanço a R$ 24,13, isso quer dizer que o papel no mercado de bolsa está sendo vendido abaixo do Valor patrimonial o que muitos analistas consideram um bom preço.

Tem um dado que alguns analistas fundamentalistas gostam de analisar que é o P/VPA Preço atual dividido pelo VPA se esse estiver menor que 1 a empresa está “teoricamente” barata, e em 13/05/2011 esse número era 0,98 e se o papel for a R$ 22,64 esse número seria ainda melhor R$ 0,94.

O investidor estaria “protegido” de uma queda no papel apenas até R$ 22,64 (23,54 menos 0,90) depois disso se a cotação do papel continuar a cair ele estaria sem nenhuma proteção, por isso cada operação deve ser muito bem ponderada antes da sua montagem.

Não fiz aqui uma recomendação de operação, apenas tentei mostrar a muitos investidores de renda fixa que existem algumas operações em bolsa de valores que ele pode ponderar riscos aceitáveis ou não antes de montar a operação.

Espero ter esclarecido um pouco aos amigos leitores.

Boa Sorte!
Fontes.

sábado, 14 de maio de 2011

Entenda a Volatilidade das ações no curto prazo.

Vou pegar como exemplo a empresa Vale.

Sua composição acionária é:

Vale5 (PNA) 2.108.579.618 ações.
Vele3 (ON) 3.256.724.428 ações.
Total ON + PN = 5.365.304.100

Vamos estudar e procurar entender a volatilidade diária apenas das PNAs (VALE5).

Das 2.108.579.618 ações, estão em tesouraria 99.649.562 ficando em circulação apenas
2.008.930.056.

Na sexta feira 13/05/2011 a ação VALE5 fechou no valor de R$ 42,30 com queda de 1,74% e com um volume negociado nesse dia de R$ 648.000.000,00, como o Preço médio das ações negociadas nesse dia foi de R$ 42,44 faremos uma conta simples.

R$ 648.000.000,00 dividido por R$ 42,44 = 15.268.614 ações trocaram de mãos entre investidores nessa sexta feira do estudo.

Essas 15.268.614 ações que mudaram de mãos correspondem a apenas 0,76% do total de ações (PNA) em circulação que é 2.008.930.056.

Agora fica claro que as oscilações de curto prazo não deve preocupar o investidor que sabe a qualidade das ações que está colocando em sua carteira de longo prazo.

Tomando como base 100 como o número total de ações em circulação 0,76% = 0,76 que perdeu 1,74% que é 0,0132240% do todo.

Boa Sorte!!
Fontes.